Todo cara tem uma história assim pra contar.
Lá pelos meus 18 anos morava em um cidade do interior, não tinha muita opção de lazer e nem de mulheres. A minha situação era difícil, não ganhava muitas. Me conformava com o que aparecia.
Então vim pra capital e o nível mudou. O nível da cidade, mas as minhas conquistas adolescentes continuavam medianas.
Comecei a namorar com a Julia, menina inteligente, ótima em português e matemática, ia na igreja todo domingo, se esforçava, trabalhava de dia e estudava a noite. Era uma guerreira.
Só que a Julia era feia. E, convenhamos, nenhum homem namora feliz uma guria feia. A gente só se acomoda, se acostuma e vai levando.
Passeávamos no shopping de mão dadas e por vezes eu olhava para o lado, via uma guria de saia passando, os decotes, o cabelo, tudo me parecia muito mais gostoso. Meus amigos comentavam que a Julia era uma menina esforçada, mas era feia. Eu ouvia, mas preferia continuar com ela. Ela era uma guerreira!
Meu orgulho não me deixava perceber que meus amigos estavam certos. as namoradas dos outros eram muito mais bonitas, só que não via.
Até que um dia terminei com a coitada da Julinha. Ela chorou tanto, ficou mal. Mas eu, no fundo, sabia que daqui a pouco estaria com coisa melhor. Melhor até que as namoradas dos meus amigos.
Ser esforçada não basta pra ser uma ótima namorada.
Eu queria mais que isso, só assim seria feliz.
Isso é pra dizer que não adianta o Ferdinando ser um guerreiro, o Adilson ser esforçado. Não iremos pra lugar nenhum com jogadores limitados assim. Precisamos de um BOM volante. Só isso.
Quando chegar a hora do "vamos ver", a hora de passear pelo shopping, a hora do Brasileirão, os nossos rivais vão olhar pra dentro de campo e vão falar " Olha só o Grêmio, tem dois volantes tão guerreiros, tão esforçados..." e vão passar a máquina em nós com os seus volantes muito melhores que os nossos, com volantes que sabem jogar e não são apenas "esforçados".
Para ser feliz é preciso querer mais. Ferdinando e Adilson são a Julinha da vida do Grêmio.
terça-feira, 16 de março de 2010
quinta-feira, 4 de março de 2010
Superguidis: O grande nome pra 2010
Guided by Guidis
Este será o ano do Superguidis. Dito isso, explico que escrevo, principalmente, estimulado pela leitura de um texto de Carlos Pinduca, vocalista e compositor do Prot(o), a melhor banda de Brasília depois de Legião Urbana, na minha modesta e convicta opinião. Em ‘A encruzilhada dos Guidis’, publicado no blog do músico e na seção de colunas de Senhor F, Pinduca analisa o novo single da banda gaúcha e aponta três possíveis caminhos a serem seguidos pelos guris de Guaíba.
Peço desculpas se minha análise for superficial, mas o texto de Pinduca parece dizer, resumidamente, que resta à banda ou o fim, devido à falta de um reconhecimento mais amplo; ou uma adaptação estética para se inserir em um esquema maior e, assim, garantir o sustento da carreira; ou – e esta é uma possibilidade na qual o autor não parece acreditar muito – seguir um caminho lento, de consolidação da carreira por meio da força de sua obra.
Escrevo agora porque acredito que a terceira opção não só será aquela que os Guidis irão seguir como, acrescento, acho que eles já a realizaram. Daqui a alguns dias, poderemos todos ouvir o terceiro (terceiro!) disco de uma banda formada em 2003. Eu, por causa da posição privilegiada de integrante do selo Senhor F Discos, já tive a oportunidade de ouvir o CD e estou certo de uma coisa: 2010 vai consolidar o Superguidis como uma das bandas mais importantes do meio independente brasileiro.
O que quero dizer com isso? Na prática, que eles terão um público maior do que já possuem; darão uma razoável garantia aos produtores de shows e festivais de que, ao serem contratados, garantirão um público considerável; e, consequentemente, poderão cobrar um cachê legal para tocar Brasil afora. Ou seja, não digo que os Guidis se transformarão em uma banda do nível comercial de... sei lá, Pitty ou Skank. Mas acho que eles atingirão um patamar de nome de destaque na cena independente, o que não é pouco. Aliás, hoje em dia, é tudo.
E o melhor é que isso, no caso dos Guidis, tem tudo para ser o começo de uma fase brilhante e ascendente. Porque o garoto (ou garota) desavisado que for capturado pelas músicas do terceiro disco vai poder ir atrás e descobrir uma banda que já compôs obras assustadoramente sintonizadas – emocionalmente e socialmente – com a juventude brasileira do fim da primeira década do século 21.
Se estou errado, me diga qual banda compôs algo como ‘Mais um dia de cão’ (a realidade de um jovem de classe média baixa que sabe o peso de correr atrás da sobrevivência), ‘Spiral arco-íris’ (um momento terno e apaixonado, lindamente cotidiano, desse mesmo jovem ao presentear alguém de quem gosta com um simples presente de camelô), ‘Discos arranhados’ (cujo verso “Sem dinheiro é foda à beça, você e eu” já diz tudo) etc. etc. etc.?
Isso e muito mais está à espera do público que se apaixonar pela guitarra furiosa de ‘Não fosse o bom humor’ e pela combinação de grunge com a poesia cotidiana que remete ao Renato Russo de ‘O descobrimento do Brasil’ que é ‘Não saio desse lugar’. Sem falar do refrão grudento de ‘As camisetas’ (“Por que será que sempre chove toda vez que alguém te abandona?”), que deve garantir muitos novos fãs à banda.
Justamente por já ter mostrado consistência roqueira e poética em três discos, os Guidis vão firmar definitivamente seu espaço no independente brasileiro. E, a partir daí, mostrar, pra quem ainda não conhece e pra quem ainda não percebeu, o quanto são (desculpem o termo pouco elaborado) fodas. O que virá depois disso ninguém sabe. E é porque hoje em dia não dá mesmo pra saber como as coisas serão. Mas dá pra dizer que elas serão como o caminho que os Guidis vão trilhar. Seja qual for. Seremos Guided by Guidis. Essa é minha aposta.
Artigo de Beto Só, cantor e compositor brasiliense, também do selo Senhor F Discos, publicado em seu blog e no site Senhor F.
Este será o ano do Superguidis. Dito isso, explico que escrevo, principalmente, estimulado pela leitura de um texto de Carlos Pinduca, vocalista e compositor do Prot(o), a melhor banda de Brasília depois de Legião Urbana, na minha modesta e convicta opinião. Em ‘A encruzilhada dos Guidis’, publicado no blog do músico e na seção de colunas de Senhor F, Pinduca analisa o novo single da banda gaúcha e aponta três possíveis caminhos a serem seguidos pelos guris de Guaíba.
Peço desculpas se minha análise for superficial, mas o texto de Pinduca parece dizer, resumidamente, que resta à banda ou o fim, devido à falta de um reconhecimento mais amplo; ou uma adaptação estética para se inserir em um esquema maior e, assim, garantir o sustento da carreira; ou – e esta é uma possibilidade na qual o autor não parece acreditar muito – seguir um caminho lento, de consolidação da carreira por meio da força de sua obra.
Escrevo agora porque acredito que a terceira opção não só será aquela que os Guidis irão seguir como, acrescento, acho que eles já a realizaram. Daqui a alguns dias, poderemos todos ouvir o terceiro (terceiro!) disco de uma banda formada em 2003. Eu, por causa da posição privilegiada de integrante do selo Senhor F Discos, já tive a oportunidade de ouvir o CD e estou certo de uma coisa: 2010 vai consolidar o Superguidis como uma das bandas mais importantes do meio independente brasileiro.
O que quero dizer com isso? Na prática, que eles terão um público maior do que já possuem; darão uma razoável garantia aos produtores de shows e festivais de que, ao serem contratados, garantirão um público considerável; e, consequentemente, poderão cobrar um cachê legal para tocar Brasil afora. Ou seja, não digo que os Guidis se transformarão em uma banda do nível comercial de... sei lá, Pitty ou Skank. Mas acho que eles atingirão um patamar de nome de destaque na cena independente, o que não é pouco. Aliás, hoje em dia, é tudo.
E o melhor é que isso, no caso dos Guidis, tem tudo para ser o começo de uma fase brilhante e ascendente. Porque o garoto (ou garota) desavisado que for capturado pelas músicas do terceiro disco vai poder ir atrás e descobrir uma banda que já compôs obras assustadoramente sintonizadas – emocionalmente e socialmente – com a juventude brasileira do fim da primeira década do século 21.
Se estou errado, me diga qual banda compôs algo como ‘Mais um dia de cão’ (a realidade de um jovem de classe média baixa que sabe o peso de correr atrás da sobrevivência), ‘Spiral arco-íris’ (um momento terno e apaixonado, lindamente cotidiano, desse mesmo jovem ao presentear alguém de quem gosta com um simples presente de camelô), ‘Discos arranhados’ (cujo verso “Sem dinheiro é foda à beça, você e eu” já diz tudo) etc. etc. etc.?
Isso e muito mais está à espera do público que se apaixonar pela guitarra furiosa de ‘Não fosse o bom humor’ e pela combinação de grunge com a poesia cotidiana que remete ao Renato Russo de ‘O descobrimento do Brasil’ que é ‘Não saio desse lugar’. Sem falar do refrão grudento de ‘As camisetas’ (“Por que será que sempre chove toda vez que alguém te abandona?”), que deve garantir muitos novos fãs à banda.
Justamente por já ter mostrado consistência roqueira e poética em três discos, os Guidis vão firmar definitivamente seu espaço no independente brasileiro. E, a partir daí, mostrar, pra quem ainda não conhece e pra quem ainda não percebeu, o quanto são (desculpem o termo pouco elaborado) fodas. O que virá depois disso ninguém sabe. E é porque hoje em dia não dá mesmo pra saber como as coisas serão. Mas dá pra dizer que elas serão como o caminho que os Guidis vão trilhar. Seja qual for. Seremos Guided by Guidis. Essa é minha aposta.
Artigo de Beto Só, cantor e compositor brasiliense, também do selo Senhor F Discos, publicado em seu blog e no site Senhor F.
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