segunda-feira, 21 de março de 2011

A lei do deslocamento

Existe uma lei que fundamentei em minhas várias mudanças de cidades e nas muitas pessoas que eu deixava para trás com a certeza de que elas ficariam para trás por uma vontade minha.

A lei do deslocamento pessoal.

É simples. Duas pessoas ficam juntas e passam experiências ao mesmo tempo. Dividem uma vida e todos os seus momentos. Aí um dia elas se separam, por algum motivo. Mas continuam juntas. Na amizade, no namoro ou casamento.

A pessoa que fica no mesmo lugar que antes tende a sentir muito mais falta da outra que se foi. A explicação é simples: nós condicionamos nossas lembranças ao ambiente em que vivemos.

Exemplo: toda vez que uma porta abria de uma maneira, já sabia quem chegava. Sempre que olhava pra frente já sabia quem encontrar. Esperar pelo elevador e descer o elevador sozinhos era sempre ótimo. Hoje a porta continua ali, a cadeira, o corredor, o elevador. Mas a pessoa não.

O ambiente todo é só lembrança.

E a outra pessoa?

Vai sentir falta, claro. Mas muito menor. O ambiente é outro. Outras pessoas, outras portas, outro corredor, outro elevador. O deslumbramento do novo, o desconhecido, a falta de lembranças - nem por culpa dela, mas por falta de referência no ambiente mesmo -, e as novas histórias, novos assuntos, tudo novo.

Tudo novo.

Quem se desloca perde a referência e isso é normal. Quem fica lembrando é só quem fica estagnado, lembrando.

Essa lei do deslocamento faz sentido. E a saudade é muito maior para quem acredita nela.

Tudo novo. De novo.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Marcelo Camelo - o chato

Marcelo Camelo é o novo Osvaldo Montenegro. Só que pior.

Por qual motivo a música dele é tão chata e insosa? Como alguém consegue criar coisas tão sonolentas e sem sal e, mesmo assim, manter um público fiel e que o trata como "gênio"?

Marcelo Camelo nunca foi e nunca será o "novo Chico".

Todo compositor tem um período de baixa, onde cria canções ruins depois de um período de criatividade intensa. O próprio Chico já lançou muita coisa ruim nos anos 80/90. Acontece que antes disso ele teve pelo menos duas décadas de ótimos lançamentos. A idade chega e você vai ficando mais chato mesmo. Os grandes compositores dos anos 60/70 hoje já não fazem nada que preste.

Mas e o Camelo?

Não fode, camelo!

Lançou dois DISCOS com grandes composições e a idade já chegou? Sim, porque o primeiro disco do Los Hermanos qualquer adolescente é capaz de fazer e o último, bom, o último já foi presságio do desastre que viria a seguir com a sua carreira solo. O seu primeiro álbum solo, "SOU", é uma montagem das canções mais sem sal já feitas nesse país chamado Brasil. Um disco em que um dos principais temas são as "velhinhas de Copacabana" não poderia mesmo dar em outra coisa.

Los Hermanos era bom. Mas a combinação da caretice do Camelo com a "loucura" do Amarante que fazia a fórmula dar certo. O Camelo sozinho é digno de pena e o Amarante com a sua loucura foi para os EUA lançar um disco até bom com a Little Joy, mas que teve o prazo de validade muito curto, pela falta de consistência musical mesmo. Acabou uma banda boa para começar duas carreiras pífias.

Ontem esse mesmo Marcelo Camelo nos brindou com mais uma prova de superação. A música nova "ô ô" (uma música com esse nome só poderia ser insuportável) é para pessoas com muita força de vontade e paciência. Paciência de se chegar ao final dela.


São 3 minutos de pura emoção:



Nada é mais nojento que o Chorão e Charlie Brown Jr. Mas talvez seja o caso deles se encontrarem de novo em algum aeroporto e....