Todo cara tem uma história assim pra contar.
Lá pelos meus 18 anos morava em um cidade do interior, não tinha muita opção de lazer e nem de mulheres. A minha situação era difícil, não ganhava muitas. Me conformava com o que aparecia.
Então vim pra capital e o nível mudou. O nível da cidade, mas as minhas conquistas adolescentes continuavam medianas.
Comecei a namorar com a Julia, menina inteligente, ótima em português e matemática, ia na igreja todo domingo, se esforçava, trabalhava de dia e estudava a noite. Era uma guerreira.
Só que a Julia era feia. E, convenhamos, nenhum homem namora feliz uma guria feia. A gente só se acomoda, se acostuma e vai levando.
Passeávamos no shopping de mão dadas e por vezes eu olhava para o lado, via uma guria de saia passando, os decotes, o cabelo, tudo me parecia muito mais gostoso. Meus amigos comentavam que a Julia era uma menina esforçada, mas era feia. Eu ouvia, mas preferia continuar com ela. Ela era uma guerreira!
Meu orgulho não me deixava perceber que meus amigos estavam certos. as namoradas dos outros eram muito mais bonitas, só que não via.
Até que um dia terminei com a coitada da Julinha. Ela chorou tanto, ficou mal. Mas eu, no fundo, sabia que daqui a pouco estaria com coisa melhor. Melhor até que as namoradas dos meus amigos.
Ser esforçada não basta pra ser uma ótima namorada.
Eu queria mais que isso, só assim seria feliz.
Isso é pra dizer que não adianta o Ferdinando ser um guerreiro, o Adilson ser esforçado. Não iremos pra lugar nenhum com jogadores limitados assim. Precisamos de um BOM volante. Só isso.
Quando chegar a hora do "vamos ver", a hora de passear pelo shopping, a hora do Brasileirão, os nossos rivais vão olhar pra dentro de campo e vão falar " Olha só o Grêmio, tem dois volantes tão guerreiros, tão esforçados..." e vão passar a máquina em nós com os seus volantes muito melhores que os nossos, com volantes que sabem jogar e não são apenas "esforçados".
Para ser feliz é preciso querer mais. Ferdinando e Adilson são a Julinha da vida do Grêmio.
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